Em 1983, três moradoras da comunidade, Glória Regina Alcântara, Edna Adelaide Gonçalves e Márcia Evangelista, se uniram para criar um espaço onde as mães trabalhadoras pudessem deixar seus filhos para poderem trabalhar, suprindo assim a ausência do poder público.
A Creche Nosso Cantinho iniciou suas atividades na Rua Raul Cardoso, nº 93, residência de uma dessas senhoras, atendendo a 25 crianças. Esse movimento foi o embrião para a criação da Associação de Moradores do Morro do Encontro.
O trabalho era feito por voluntários e mantido por doações dos próprios moradores e comerciantes locais. As crianças ficavam de manhã em uma casa de um morador e de tarde em outra.
Mais tarde passou a ocupar outra casa (de madeira), em local mais alto, onde não havia nem água encanada, mas já era um espaço próprio, adaptado para abrigar a creche. Nesta casa, a água era transportada em baldes pelos pais dos alunos, antes de irem para o trabalho.
A criação da creche se confunde com os movimentos sociais e as lutas populares da comunidade, como o movimento negro. Durante muito tempo foi mantida com recursos vindos de organização de bazares e participações em projetos, alguns fora do país.
Em 1984, começou a receber apoio da Prefeitura, com merenda e pagamento de alguns funcionários. Em 1985, a creche foi assumida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, quando os funcionários tiveram a carteira de trabalho assinada como Agente Comunitário. Em 2000, foi inaugurado o CEMASI, sendo destinada uma parte do prédio para o funcionamento da creche.
Em 2003, por determinação legal, atendendo as diretrizes da LDB, as creches foram assumidas pela Secretaria Municipal de Educação.
